Hoje, esperei, sem sucesso, receber uma credencial da Direcção Provincial de Educação e Cultura de Sofala para submeter o inquérito nalgumas escolas nos arredores da cidade da Beira.
Preferi submeter o inquérito nas escolas a submeté-lo nas casas dos residentes da Manga pelos motivos seguintes:
- Sinto que existe um estado de desconfiança nas pessoas que vivem na Manga; sinto que, apesar da catarse, emprestando a ideia de Carlos Serra, o problema que as pessoas viam em "Boss Candinho" (e na polícia ou em todos que o protegem) ainda não foi resolvido. Portanto, andar de casa em casa, com papéis e esferográfica, a registar informações referentes aos residentes poderia agravar mais esse estado de desconfiança;
- Devido à existência de residentes que não sabem ler nem escrever, nem sempre eles poderiam ter a liberdade de preencher o inquérito individualmente. Também, nada lhes garantiria que os autores das informações não fossem identificáveis;
- Os obstáculos possíveis acima poderão ser ultrapassados se eu, com uma credencial, apresentar a minha vontade às direcções das escolas; e,
- Tenho a impressão de que as escolas são tidas pelos habitantes da Manga como o lugar de caça de crianças preferido por "Boss Candinho".
A amostra é constituida por 3 escolas. Delas, duas são primárias e uma é secundária; uma das escolas primárias localiza-se a cerca de 500 metros da casa de "Boss Candinho" espoliada, enquanto que a outra é aquela de que se diz terem sido raptadas 3 crianças; a escola secundária, por sua vez, encontra-se distante dessas referências.
Os grupos-alvo são os alunos (crianças, filhos), os professores (adultos, educadores, possivelmente pais) e os pais/encarregados de educação (adultos, educadores).
Sem comentários:
Enviar um comentário